QUISERA SER O HOMEM QUE CONSTROI
Poesia de Antonio Miranda
“Quisera ser o homem constrói,
planta cidades, semeia progresso.
Quisera viajar sem destino, conhecer
Terras dantes nunca percorridas.
Ter asas e voar eternamente,
sem olhar o que deixasse atrás;;;
Rio de Janeiro, fevereiro 1957.
Em 1959, aos dezenove anos, Antonio Miranda prestou o serviço
militar no Batalhão de Infantaria Blindada, no Rio de Janeiro.
Não quis continuar no Exército. No ano de 1960, decidiu sair pelo
Brasil, de ônibus, carona em caminhão, de trem, e acabou viajando de avião e em carros de prefeituras brasileiras por diversas regiões do Brasil. Preparara uma palestra sobre a Poesia Concreta do Brasil,
dos irmãos Campos e Décio Pignatari, e conseguia das prefeituras que visitava, apoio para as palestras.Usava um projetor de slides... Muitas prefeituras ofereciam hospedagem e depois o transporte para uma cidade vizinha. Não raras vezes convidava para viagem mais ousadas, como aconteceu em Recife, de onde foi levado para o arquipélago de FERNANDO DE NORONHA, quando passou pelo Estado do ACRE, viajou com o apoio local para a (então) Guiana Francesa e a Guiana Holandesa.
De navio foi de Belém do Pará até Manaus, e depois desceu por terra
até o Rio Grande do Sul, pela região fronteiriça com os países de língua espanhola, até as Cataratas do Iguaçu. Desceu as serras do
Rio Grande até Porto Alegre, percorreu a região dos Pampas, foi até Montevideu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina) e subiu pela costa brasileira pelos estados do Sul do Brasil, por São Paulo, até regressar ao Rio de Janeiro.
Levava, além de câmera fotográfica, um caderno de capa dura para registrar as cenas mais significativas da viagem, ensaios, memorias atuais e antepassadas.... muitos poemas (quase todos publicados recentemente como partes de livros, os últimos pela editora poexílio, a editora caseira de livros-de-artistas, mas também em editoras do Rio de Janeiro, e até uma dúzia de títulos pela Amazon.com.
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